Em matéria anterior publicada, abordamos os fatos relacionados com essa chaga que sangra, que traz lágrimas e perdas de vidas, que deveriam ser evitadas se ainda amassemos o próximo como a nós mesmos.
Quando escrevo sobre esse assunto, estou fazendo uma retro visão do passado, quando sofri um naufrágio em 1968, no dia 18 de março, à meia noite, no Cabo do Maguari, Costa norte do Marajó.
A visão trágica vivida, naquela noite, ficou gravada em minha memória para sempre.
A embarcação era denominada CASEMIRO BELTRÃO, transportava gado de corte para matadouro de Magiari em Belém-PA e pessoas.
A cena mais chocante, foi a visão de mães, chorando, abraçadas aos filhos, enquanto ondas gigantes alagavam a embarcação encalhada em um banco de areia.
O piloto/comandante entrou em depressão atirando-se no convés implorando à Deus pela vida.
Eu era passageiro, vereador em Chaves-PA, primeiro mandato gratuito.
Em meio a essa tragédia, assumi o comando da operação e com o apoio da tripulação lançamos ao mar 60 animais, visando diminuir o impacto das ondas na embarcação, que batia violentamente no banco de areia submerso.
Resumindo a história.
Ao amanhecer, fomos levados para um rio próximo por um pescador, usando seu barco motorizado - a história se repetiu, mais uma vez.
O pescador sempre chega primeiro para socorrer naufrágios no Marajó.
Continua nas próximas edições.
Franklin Rabelo da Silva
Advogado - OAB-PA 2.730
Imagens:
I - Arquipélago do Marajó. A maior ilha fluviomaritima do mundo - berço da civilização marajoara.
II - imagem da Urna Marajoara - prova da ocupação milenar de um povo vibrante em inteligência política e artística.
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