quarta-feira, 16 de abril de 2025

MEUS DEPOIMENTOS PARA A HISTÓRIA - PARTE CCXCVI

NAUFRÁGIOS NO MARAJÓ 


Em matéria anterior publicada, abordamos os fatos relacionados com essa chaga que sangra, que traz lágrimas e perdas de vidas, que deveriam ser evitadas se ainda amassemos o próximo como a nós mesmos.


Quando escrevo sobre esse assunto, estou fazendo uma retro visão do passado, quando sofri um naufrágio em 1968, no dia 18 de março, à meia noite, no Cabo do Maguari, Costa norte do Marajó.


A visão trágica vivida, naquela noite, ficou gravada em minha memória para sempre.


A embarcação era denominada CASEMIRO BELTRÃO, transportava gado de corte para matadouro de Magiari em Belém-PA e pessoas.


A cena mais chocante, foi a visão de mães, chorando, abraçadas aos filhos, enquanto ondas gigantes alagavam a embarcação encalhada em um banco de areia. 


O piloto/comandante entrou em depressão atirando-se no convés implorando à Deus pela vida.


Eu era passageiro, vereador em Chaves-PA, primeiro mandato gratuito.


Em meio a essa tragédia, assumi o comando da operação e com o apoio da tripulação lançamos ao mar 60 animais, visando diminuir o impacto das ondas na embarcação, que batia violentamente no banco de areia submerso.


Resumindo a história.


Ao amanhecer, fomos levados para um rio próximo por um pescador, usando seu barco motorizado - a história se repetiu, mais uma vez.


O pescador sempre chega primeiro para socorrer naufrágios no Marajó.


Continua nas próximas edições.


Franklin Rabelo da Silva

Advogado - OAB-PA 2.730


Imagens:


I - Arquipélago do Marajó. A maior ilha fluviomaritima do mundo - berço da civilização marajoara.


II - imagem da Urna Marajoara - prova da ocupação milenar de um povo vibrante em inteligência política e artística.


III - imagem de uma embarcação (lancha) transportando passageiros na rota Belém- Chaves - naufragou no cabo do Maguari, na década de 90 (noventa). Não houve perda de vidas.


IV - imagem de iate construído com madeira da Amazônia, para transportar seres humanos e animais, semelhante ao iate Cazemiro Beltrão, naufragado no Cabo do Maguari, Costa norte do Marajó.

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