Capítulo III
Em nosso depoimento continuado registramos fatos traumáticos emocional e fisicamente, decorrentes do processo político do momento.
Os anos de 1964 e 1965 foram marcantes na vida da sociedade brasileira, estando entre esta realidade o controle político entre facções ideológicas inconformadas com a derrota sofrida com a contrarrevolução pedida pela sociedade brasileira à época com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Foi nesse ambiente que concluímos em dezembro de 1965 o curso de segundo grau, curso clássico, no Colégio Paes de Carvalho(CEPC).
Tudo parecia normal, exceto o processo instalado contra o depoente, acusado de subversão no meio estudantil. O fato teve como motivação o depoente ter liderado a marcha contra a desativação do Colégio Paes de Carvalho, pelas posições políticas propagadas através de programas de rádios, como membro da União dos Estudantes Secundaristas do Pará(UESP).
Esse episódio teve muitos desdobramentos, até que um ex-colega do CEPC pediu que fossemos ao encontro do Coronel Jarbas Passarinho, o convite foi recusado em princípio, com receio de prisão, entretanto fomos convencidos de que o oficial estava preocupado com os fatos contra a classe estudantil.
Do encontro, um diálogo prolongado com ligações para órgãos da segurança pública e o processo foi localizado. A surpresa: o pedido: suspenda o processo, disse o Coronel Jarbas Passarinho ao oficial que atendeu ele está comigo agora.
A partir desse momento, não recebemos notificações da instituição processante.
Conclusão:
Deus, por intermédio de um colega solidário deu me um "advogado dativo", jamais imaginado, em tempos sombrios em que vivíamos no Pará e no Brasil. O advogado dativo foi o Coronel Jarbas Passarinho.
Vale reforçar que ao final do encontro, respondendo a nossa pergunta de quem seria o futuro governador do Pará, com um sorriso nos lábios, disse: Na próxima semana você saberá.
Uma semana depois, a notícia, o governador do Pará nomeado era o Coronel Jarbas Passarinho.
Continua.
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