quarta-feira, 15 de abril de 2020

MEUS DEPOIMENTOS PARA A HISTÓRIA - PARTE IV

Dando continuidade aos depoimentos para a história, chegamos ao ano de 1965 da era cristã. Essa foi uma fase de grandes transformações na vida pessoal do depoente.

Um fato marcante foi um acidente sofrido pelo depoente em um sábado, final de dezembro de 1965, dia em que participamos da festa de despedida na sede do Pará Clube, em Belém.

Estávamos com um grupo de colegas no balcão da lanchonete Luzitânia, na Rua 16 de Novembro com a Rua João Diogo em frente ao Corpo de Bombeiros, quando inesperadamente um ônibus lotado de passageiros atingiu o prédio, destruindo totalmente a construção.

A cena seguinte foi dramática ou dantesca. Corpos de pessoas mortas ou mutiladas, inclusive a morte violenta do proprietário do ônibus atingido por uma viga de concreto que esmagou sua cabeça. Outras mortes de passageiros foram verificadas de forma trágica.

O depoente foi atingido na cabeça por uma peça de concreto, resultando em uma lesão grave que provocou a perda de sangue violenta, até o desmaio, sendo levado ao pronto socorro da 14 de Março. Ao amanhecer, uma cena jamais imaginada e esquecida, na cama do hospital, ao lado um médico segurava meu pulso ao tempo que uma enfermeira afastava a bolsa de sangue.

Perguntei ao médico o que tinha acontecido e ele respondeu:
"Tu ias morrendo por recusar atendimento médico, aliás aqui chegaste em estado terminal, teu sangue vazou quase totalmente, apenas o coração ainda reagia.

Confesso que nada era entendido no momento. A memória do passado apagou totalmente em virtude do acidente sofrido, foi uma sensação indescritível.

Cabe aqui a manifestação de profunda gratidão a quem transportou meu corpo inerte ao hospital do pronto socorro, maior gratidão ao médico e a enfermeira que com dedicação solidária salvaram mais uma vida humana entre tantos levados em busca de socorro.

Restou provado que a medicina e a solidariedade de médicos e enfermeiros salvam vidas.


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