Da importância dos profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia e de outras especialidades tecnológicas, para a construção de um Brasil moderno.
Abordaremos neste capítulo a construção de Brasília, a nova capital do Brasil.
A matéria traz a lume uma realidade inconteste: o projeto piloto para a construção de Brasilia é fruto da inteligência de Lúcio Costa e de outros profissionais que contribuíram com assessoria, muitos deles, realçados pela propaganda, foram coadjuvantes de um dos mais brilhantes capítulos da história da engenharia e da arquitetura brasileira.
A respeito da Contribuição de Lúcio Costa, transcrevemos matéria vinculada pelo Memorial da Democracia:
Conhecido pela racionalidade e funcionalismo de seus projetos, o arquiteto Lúcio Costa pode ser considerado, sem exagero, o grande inventor de Brasília na forma que conhecemos hoje. As largas avenidas, as superquadras, os setores urbanos, o traçado de um verdadeiro plano cartesiano em pleno Cerrado; tudo isso virou realidade a partir de um rápido esboço feito a lápis em 1956, para o Concurso Nacional do Plano Piloto da Nova Capital do Brasil.
Filhos de pais brasileiros — a mãe era amazonense, e o pai, baiano —, Lúcio Costa nasceu na cidade francesa de Toulon em 1902. Viveu na Inglaterra e na Suíça antes vir para o Brasil em 1916, formando-se arquiteto sete anos depois pela tradicional Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro. Nos anos 1930, já professor, começou a ganhar destaque em sua área. Em 1936, o presidente Getúlio Vargas o nomeou para o cargo de diretor da Belas-Artes, com uma incumbência: reformar o ensino e o currículo da faculdade.
Nesse período, Lúcio foi indicado para dirigir o projeto arquitetônico do prédio que abrigaria o Ministério de Educação e Saúde, comandado por Gustavo Capanema e seu chefe de gabinete, Carlos Drummond de Andrade. A equipe de arquitetos tinha como sócios Carlos Leão, antigos alunos — como Oscar Niemeyer e Jorge Machado Moreira — e uma referência internacional na consultoria, o francês Le Corbusier. A nova sede do Ministério da Educação e Saúde, inaugurada no centro do Rio de Janeiro em 1943, tornou-se um marco no estabelecimento da arquitetura moderna no Brasil e projetou Lúcio Costa como uma de suas maiores autoridades.
Foi nessa condição que, treze anos depois, Lúcio apresentou seu projeto para o concurso do plano piloto de Brasília, aberto por sugestão de Niemeyer para dar início à realização da meta-síntese de desenvolvimento do presidente Juscelino.
A apresentação do projeto de Lúcio Costa, feito de última hora, não tinha mais do que 30 páginas manuscritas e alguns esboços à mão. Nele, o arquiteto pedia desculpas pela “apresentação sumária”, dizia que “não pretendia competir”, mas indicava uma solução original entre os 26 projetos até então apresentados: “ela deve ser concebida não como simples organismo capaz de preencher satisfatoriamente e sem esforço as funções vitais próprias de uma cidade moderna qualquer, não apenas como “urbis”, mas como “civitas”, possuidora dos atributos inerentes a uma capital”.
O plano piloto, concebido em forma de cruz e com o eixo norte-sul arqueado — dando a impressão de “uma libélula, uma borboleta, um arco e flecha” — foi o vencedor. Nele, Lúcio Costa partia de dois princípios básicos para a organização urbana: a setorização por atividades determinadas e uma técnica rodoviária que praticamente eliminava os cruzamentos. A cidade se moveria em torno de duas grandes vias de circulação, o Eixo Monumental, de Leste a Oeste, e o Eixo Rodoviário-Residencial, de Norte a Sul.
Ao lado de Oscar Niemeyer na construção de Brasília, Lúcio Costa deu um passo significativo no desenvolvimento da arquitetura brasileira e abriu uma nova vereda para a concepção arquitetônica em todo o mundo. É bem verdade que se tratava de duas mentes muito diferentes: enquanto Niemeyer era adepto do voo livre em suas projeções, de linhas sinuosas e curvas que desafiavam os cálculos de engenharia, Costa seguia à risca a disciplina das retas, dos planos e do funcionalismo ensinado por Le Corbusier.
Por outro lado, é inegável o sucesso da parceria, que, com seu surpreendente e complementar equilíbrio, foi responsável por dar forma concreta à utopia modernista de arquitetura e urbanismo.
Fonte: http://memorialdademocracia.com.br/card/construcao-de-brasilia/2
Queremos inserir neste capítulo glorioso de nossa história nossa homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, um médico que sonhava com o Brasil desenvolvido progredindo cinquenta anos em cinco. Homenageamos também a legião de operários , que concentrando-se no planalto, contribuíram para transformar o sonho em realidade.
É a raça brasileira, mostrando ao mundo do que somos capazes quando somos convocados para a luta.
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