Era uma tarde de janeiro de 1942 no Marajó, localidade do rio Coatá. Eram dezessete horas e chovia moderadamente, parecia ser mais uma tarde normal para os habitantes daquela região, quando de repente um barulho ensurdecedor quebrou o silencio da tarde, foi como se o céu estivesse desabando. Ato contínuo, um vulto gigantesco e de cor cinzenta rasgava os céus, vindo do sul em direção ao norte.
Ninguém entendeu o que estava acontecendo, este corpo gigantesco, flutuando no céu deu um giro atravessando o estuário norte do Amazonas, no município de Chaves em direção a ilha Mexiana, a seguir retornou em direção norte-sul, realizou mais uma manobra de reconhecimento da área e em seguida ouviu se um barulho como se aquele corpo gigantesco estivesse despencado do céu e caído na terra.
Tratava-se de uma fortaleza voadora americana, o bombardeiro B17 que apresentava pane em um dos motores, com o serviço de rádio paralisado e o comandante fazia o voo cego sem saber onde estava navegando.
Tempo depois, a tripulação da aeronave Norte Americana contou que tinham sido atacados por um caça Japonês na área do pacifico. Nos dias seguintes a recuperação do sistema de comunicação da aeronave, diversas aeronaves, partindo da base aérea de Belém sobrevoaram a região localizando o B17 na área dos campos da Fazenda Montenegro.
A partir dai, houve uma intensa movimentação de aeronaves que sobrevoavam a região, principalmente para levar suprimentos a tripulação a B17. Dias depois, um avião Catalina amerizou nas águas do estuarino do Amazonas, Rio Coatá, para transportar a tripulação da aeronave sinistrada, e ao mesmo tempo, uma equipe de aviadores, mecânicos e outros profissionais eram transportados de Belém para o local onde se encontrava a aeronave sinistrada.
A sequência dos acontecimentos fica melhor esclarecida com o depoimento de José Mendes Rabêlo, um dos habitantes da localidade, descendente dos ancestrais Rabêlo Gemaque que, convidado pelo comandante da aeronave, exerceu um papel fundamental para a recuperação da B17, que, em junho de 1942 foi embarcada em uma balsa gigantesca da Companhia de Transportes da Amazônia, antiga Enasa, empurrada por um potente rebocador da empresa, trazendo com segurança a aeronave até a base de Belém do Pará. Encerra-se assim com o depoimento de José Rabêlo, o capitulo de um acidente aéreo testemunhado e vivenciado pela comunidade de Coatá, Fazenda Bom Intento, e vivenciado por um menino de seis anos de idade, hoje diretor da Tribuna do Advogado do Pará.
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José Rabêlo á esquerda, Franklin Rabêlo da silva, a direita. |
As fotos ilustram duas figuras humanas que tiveram participação e testemunharam os fatos acontecidos na segunda guerra mundial, no Município de Chaves, arquipélago do Marajó.
Aida Gemaque Mendes, nossa Vovó IAIA, relatou as margens do Rio Araguari, em Ferreira Gomes, no Amapá, O episódio acima narrado. Segue o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cOWcp01Hoy8
ResponderExcluirUma curiosidade sobre vovó IAIA, ela saltou de paraquedas em Macapá-AP com 100(Cem anos de idade). Seria o episódio da fortaleza voadora que a motivou?. Perguntei a ela: minha prima, você quer mesmo saltar de paraquedas? Ela em sua simplicidade marajoara me disse: Deus colocou em meu coração que um via voarei e será com você meu primo!. Veja a seguir o dia mais emocionante dessa marajoara: https://www.youtube.com/watch?v=-XWCzvHcAUk
ResponderExcluirAida Gemaque Mendes, nossa Vovó IAIA, relatou as margens do Rio Araguari, em Ferreira Gomes, no Amapá, O episódio acima narrado. Segue o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cOWcp01Hoy8
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