O tema sob exame extrapola o mundo material e se remete ao mundo espiritual amplamente considerado. O voto é a ferramenta indispensável para a construção do bem comum, no presente e no futuro. O voto consciente e livre é a salvação dos que votam: os doentes, os idosos, as crianças e adolescentes e sobretudo daqueles que ainda vão nascer.
Dom Walmar Oliveira de Azevedo, em sua obra, Ética e Diálogo, aborda o assunto com profunda sabedoria, quando escreve sobre Ética e eleições:
"Eleições, em qualquer âmbito constitui-se em fator de grande mobilização. Essa força de mobilização, meses antes do seu acontecimento, articula e inclui os mais variados interesses e perspectivas. Não menor o impacto dos confrontos ideológicos e dos modos como a realidade social é tratada, desde as molduras das promessas até as analises competentes e realistas para um tratamento terapêuticos de situações sociais e estruturais das cidades. Linguagens, fatos e contatos são reveladores de tudo isso e também dos candidatos. Para além dessa moldura de muitos sentidos e muitas nuances que o contorno, o acontecimento das eleições é um rito de nobreza, que ultrapassa o simples cumprimento da obrigação imposta pelas determinações jurídicas que incidem sobre cidadania, isentando do exercício do voto, por razões específicas, somente algumas de suas camadas constitutivas. A cidadania tem, pois, no ato de votar a realização de um rito que revela nas suas dimensões de liberdade de escolha, na dinâmica da participação e no exercício da responsabilidade de entregar os destinos da sociedade á mãos que tenham a condição real e democrática de conduzi-la. Em conclusão, realizadas as eleições, conclui-se um ciclo de importantes percursos na sociedade, ao mesmo tempo, abre-se o novo ciclo que o povo espera e quer: o atendimento, com mais rapidez e eficácia, das necessidades que afligem a vida dos que estão em condições desfavoráveis.
Que a nobreza do ritual de votar e a evocação de nobrezas da cidadania, tendo como cenário a realidade social e política, que estampa todas as suas chagas, demonstrando a premência de intervenções profundas e terapêuticas, envolvendo sempre os candidatos a cargos eletivos, fazendo com que questionem e purifiquem as suas motivações.
Que todos recebam a graça de se pensarem servidores do povo, promotores primeiros da vida e construtores da sociedade justa e fraterna."
Dom Walmar Oliveira de Azevedo traz a luz, de forma irretocável, as virtudes do voto eleitoral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário