Estuário Norte do Rio Amazonas, incluindo hoje o Município de Chaves, foi na verdade, um palco de guerra das mais sangrentas no tempo da colonização portuguesa confrontando potencias europeias com destaque para a França, Holanda e Inglaterra.
Viajando no tempo, no sentido retroativo, é possivel visualizar combates sangrentos em pleno estuário Norte do lendário rio Amazonas.
As vitórias assinaladas dos colonizadores portugueses só foram possíveis graças ao espírito dos guerreiros Marajoaras conhecidos como Aruans.
As potências adversárias sentiram o braço forte, a coragem e a inteligência dos nativos amazônidas.
A matéria a seguir é uma confirmação dos acontecimentos que marcaram a história da colonização portuguesa da Amazônia a partir da chegada dos europeus no continente chamado América, tanto do norte como do sul.
A SAGA DO POVO ARUANS E OUTROS POVOS
Nesta edição vamos repetir alguns fatos históricos que estão registrados através dos mais variados documentos que povoam o universo cultural de nossa região.
Nesta edição citaremos dois fatos importantes: o primeiro refere-se a estrutura de uma embarcação cujo perfil não se parece com as embarcações regionais construídas nas últimas décadas por artesãos da Amazônia, possivelmente um vaso de guerra do período colonial, quando a coroa portuguesa instalou em 1709 a Guarda Costeira para defender os interesses da Colonizacao contra a invasão permanente e persistente das bandeiras Francesa, Holandesa e Inglesa.
A equipagem destas belonaves era feito com os nativos que se contavam aos milhares no período da implantação do domínio português.
Esses intrépidos marinheiros e guerreiros eram da raca Aruans e a quantidade de guerreiros embarcados segundo os historiadores era de 600 homens no primeiro momento que certamente foi aumentado na medida em que os combates se tornavam mais frequentes e violentos.
Dizem os historiadores que estes homens da raça Aruans eram guerreiros tão destemidos e conscientes de seus deveres que eram temidos tanto na guerra como na paz graças a valentia e a disposição que lhes era característica.
Os combates no estuário Norte do Rio Amazonas desde o Oiapoque até onde se localiza hoje o município de Bragança determinaram a dominação portuguesa na Amazônia e foi graças a esses valorosos combatentes que tiveram papel destacado nessa luta pela dominação lusa e que centenas deles tiveram o mar como tumulo para seus corpos de guerreiros valentes.
Voltamos a falar da embarcação que se encontra já encoberta pelas águas que banham a cidade de Chaves.
Quando desempenhamos nosso mandado de vereador no período de 1967 a 1979 em muitas oportunidades visitamos aquele vestígio dos tempos tumultuados e violentos que se passaram na costa norte do Amazonas e que teve de algum modo a cidade de Chaves, antiga aldeia dos Aruans o palco privilegiado.
Desse momento histórico além do navio possivelmente perdido em combate encontravam-se diversos canhões na cidade e na praia preservados como lembrança na sacada do prédio da prefeitura municipal.
São sentinelas silenciosas que atravessam o tempo dando o testemunho de um povo que amava a guerra como amava a paz.
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