domingo, 28 de abril de 2019

NAVEGAR É PRECISO

Com este pensamento prestamos nossa homenagem ao ilustre e respeitável engenheiro José Maria da Costa Mendonça, presidente do Centro das Indústrias do Pará.

A matéria em trato nos remete ao passado glorioso da Amazônia e de seu povo, tempo em que a população era transportada em navios de luxo, com segurança e conforto. Estamos falando da antiga Amazon River, substituída pela extinta ENASA (Empresa de Navegação da Amazônia). 





Com estas embarcações, a Amazônia experimentou um período de progresso social e econômico, fazendo com que muitas vilas se transformassem em cidades ao longo da calha do Rio Amazonas até Manaus. É profundamente lamentável que esta realidade tenha sido extinta como uma condenação à morte de alguém que não cometeu nenhum delito, aliás, neste horizonte de raciocínio, muitos exemplos encontramos através da história, inclusive no processo fraudulento de condenação do filho do carpinteiro, Jesus Cristo, o Messias.

Com este breve comentário, e dando o testemunho de nossa admiração pelo autor da matéria, a seguir transcrevemos na íntegra o artigo publicado no jornal O Liberal de 21 de Abril de 2019, caderno Panorama.

Este é, com certeza, o grande desafio infraestruturante que a Sociedade Paraense debaterá nos próximos anos, se desejarmos nos incluir no mundo globalizado.

Defendemos a multimodalidade. Precisamos de rodovias, ferrovias e hidrovias. Fico desconfiado quando participo de um fórum de discussão e observo alguns defendendo uma modalidade em detrimento da outra.

Insisto em dizer que a diversificação é a nossa força; pois, normalmente, ou seja, em qualquer lugar do mundo, podemos ter rodovias e ferrovias; porém, hidrovias, só nos lugares que tenham rios navegáveis para serem transformados em hidrovias.

Nós somos o mundo das águas. Temos que defender na borda leste do Estado a consolidação da Hidrovia Araguaia/Tocantins sem nos descurarmos da construção da Ferrovia Gabriel Hermes, ligando Santana do Araguaia ao Porto de Barcarena, cortando mais de 25 municipios, bem como uma malha rodoviária para dar capilaridade à hidrovia e à ferrovia.

Na borda oeste, precisamos exigir a construção da Hidrovia Juruena/Tapajós, da Ferrovia Ferrogão e da Rodovia BR-163, para dar vida a esta longínqua região.

Essa discussão é incrivelmente pertinente, pois com o acidente ocorrido na Ponte Moju/Alça, obstruindo a ligação de Belém com o Porto de Vila do Conde em Barcarena, alguns "profetas do apocalipse", imediatamente, falaram do desabastecimento de Belém; nada aconteceu, por vários e diversos motivos, porém, me interessa reportar a somente um: a navegabilidade dos rios que ligam Belém a Barcarena.

Literalmente entramos n'agua. Espero que, quando a ponte estiver reconstruida, já tenhamos consolidado a ligação, comercial e economicamente, correta entre Belém e Barcarena por meio do transporte hidroviário, basta sinalizarmos nossos rios já navegáveis.

Encerro lembrando um adágio popular: "Quando não se aprende pelo amor, se aprende pela dor".


A fotografia é da lancha José Gemaque Rui-secco pertencente à Prefeitura Municipal de Chaves, na década de 1990, fazendo conexão entre Belém e Chaves, no Marajó, transportando passageiros gratuitamente, prestando um serviço social relevante.

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