Atividades profissionais praticadas por regiões de seres
humanos até recentemente, são substituídas pelas máquinas inventadas pelo Homo
Sapiens, que assumiu o comando do planeta Terra há mais de cem mil anos pretéritos.
Para melhor compreender os fatos sob exame, reproduziremos a
brilhante matéria de autoria da advogada Juliana Vieira dos Santos, Conselheira
da Associação dos Advogados de São Paulo - AASP, Publicada na Revista Boletim,
da referida Associação.
“As mudanças nesta nova era são exponenciais. E nenhum
mercado passará ileso. Nem a dos advogados.
O exercício do Direito nessa era pós-digital envolverá muito
mais do que a presença nas redes sociais, digitalização de processos, arquivos
em nuvens, softwares de desempenho...
Em 2013, pesquisadores da Universidade de Oxford fizeram um
estudo sobre o futuro do trabalho e concluíram que uma a cada duas profissões
tem alto risco de ser substituída por um robô.
O Machine learning, o braço mais poderoso da Inteligência
artificial, é a tecnologia responsável por essa disrupção. Ela permite que a
máquina aprenda com um número grande de informações e imite algumas coisas que
o ser humano consegue fazer.
Diversas pesquisas vêm demonstrando que não temos qualquer
condição de competir com os robôs em tarefas frequentes e volumosas. Os robôs
já corrigem trabalhos de faculdade, diagnosticam doenças, auditam contas
públicas, detectam padrões em documentos, elaboram contratos e petições.
É certo, portanto, que boa parte do mercado jurídico será
tomada por robôs.
Mas, as máquinas não estão se dando bem em situações
inéditas. De fato, o que a inteligência artificial não consegue analisar (e
essa é a limitação fundamental do Learning machine) são situações novas. As
limitações dos robôs é que eles precisam partir de um número grande de dados de
um mesmo assunto para aprender. Nós, humanos, não. Nós temos habilidade de
conectar fios soltos a partir de insights e resolver problemas nunca antes vistos.
Isso traz, ao menos por enquanto, um limite fundamental a
quais tarefas humanas serão automatizadas por robôs: só sobreviverá as máquinas
aquele que tiver a cada dia um novo desafio. E também aqueles que conseguirem
criar novos processos de trabalho a partir dessa tecnologia.
Mas o maior desafio não é o interesse corporativo de como vamos
manter nossa profissão.
O desafio fundamental será entender como, e se, o Direito sobreviverá
como ponto de inflexão para o novo paradigma social e econômico que vem por aí,
considerando que a revolução científica e digital vai subverter o mundo da
forma como conhecemos.
E, para entender isso, nós, advogados, já estamos atrasados,
pois o futuro já começou".
Sala de um Tribunal de Justiça e sala de audiência virtual (tele audiência).
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