sexta-feira, 6 de novembro de 2020

MEUS DEPOIMENTOS PARA A HISTÓRIA - PARTE LXXXI

Projeto Cidade Nova dos Aruans.

Em matérias anteriores temos concentrada nossa visão sobre o cenário preexistente da costa norte da ilha do Marajó, e neste contexto histórico encontra-se a cidade de Chaves, onde os primitivos habitantes marajoaras construíram a aldeia, ou seja, a morada primitiva que evoluiu até que aconteceu a dominação do povo Aruan, cuja história perdura de 1.200 á 1.800 depois de Cristo, quando a Revolução Cabana foi derrotada, com o apoio de forças militares e a inteligência militar inglesa instalada na ilha do Tatuoca, em frente a vila de Mosqueiro, Estado do Pará.


Foi desse modo, nesse local(Chaves) que os colonizadores instalaram a vila de Santo Antônio dos Aruans, e finalmente Chaves.


Quando fui eleito vereador em 1967, passamos a pesquisar a história do município, chegando a realidade concreta de que, naquela localidade deve ter sido instalada mais uma fortaleza, inclusive equipada com canhões e a construção do quartel da 8ª Companhia de Cavalaria e Infantaria da legião de 2ª linha, em cujo prédio o comandante militar declarou, com o apoio do Poder Legislativo do município, a adesão de Chaves à independência do Brasil do reino de Portugal. O evento aconteceu em 14 de setembro de 1823.


É importante conhecer que essa foi uma das primeiras adesões na região norte. Essa adesão teve repercussão ampla, considerando o número de militares existentes à época, considerando o local estratégico onde aquela unidade militar estava instalada, no estuário norte do Rio Amazonas, palco de batalhas sangrentas durante a colonização portuguesa ao longo de séculos.


Em conclusão, restou provado que as instalações antigas e importantes foram arrastadas para o fundo da baia pela falta de obras de engenharia adequadas. É sabido que grande parte dessas construções foram feitas por engenheiros militares, sem conhecimentos mais modernos da engenharia, da geologia e outras atividades tecnológicas.


Com essa visão dos fatos históricos, é possível afirmar a viabilidade, através de um projeto de engenharia, de contenção da erosão que tem destruído Chaves, antiga Santo Antônio dos Aruans. O que é mais lamentável, a história daquela região está sendo perdida. É um patrimônio material, histórico e espiritual que vem sendo soterrado nas águas turvas do estuário norte do Rio Amazonas, mas não será para sempre, enquanto nascerem idealistas nativos, a história pode mudar, com a engenharia moderna e a força do amor á terra ancestral da civilização marajoara.

Foto aérea da cidade de Chaves, mostrando o litoral onde a força da erosão se manifesta.


Imagem de uma urna marajoara.
Imagem de vaqueiros na cidade de Chaves - Marajó.


Continua.

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