A Revolução Cabana foi talvez um dos capítulos mais sangrentos verificados na Amazônia com raizes em um passado milenar relacionado com a ocupação humana na região. As origens desses povos, a partir das ilhas do Caribe ainda estão revestidas de um manto de mistério. Entre tantos segredos podemos citar a cerâmica Marajoara, cujas peças principais estão a testemunhar. As urnas Marajoaras cujos desenhos só encontramos em vasos da arte grega (Grécia antiga).
Fica a pergunta:
Como é possível um povo tão distante geograficamente ter evoluído culturalmente a tal nível de conhecimento?
Retomando os fatos trazidos a lume pelo oficial militar inglês, reproduzimos um trecho desse relato:
"Parte dos habitantes, residentes ultimamente no Pará, foi desembarcado na Ilha Tatuoca, próxima a qual os navios estão ancorados; estão morando em cabanas e abrigos formados de palhas de palmeiras e das velas dos navios, sofrendo terrivelmente de Varíola e Desinteria; elas desembarcaram na ilha pela primeira vez em princípio de setembro, uns 1400 ao todo, entre os quais até o momento 459 já morreram."
Continua o oficial em seu relato:
"Do final de agosto até o dia 09 de dezembro morreram na ilha e a bordo do navio prisão de fusora 660 pessoas e, no mesmo período a bordo do navio prisão de fusora, entre 280 presos, morreram 196. Antonio Vinagre continua acorrentado no porão, seu único alimento sendo arroz."
Este relato de um oficial inglês sobre a Cabanagem é um retrato dos horrores das guerras ou revoluções por falta de diálogo com base na doutrina Cristã.
Concluindo este depoimento, esclarecemos que após o ataque dos guerreiros Aruans na Fazenda Carmo, município de Chaves, aconselhado pelo fazendeiro que se encontrava a bordo do navio, Alexandre M. Porter dirigiu-se a Ilha Mexiana, propriedade do Barão Jaguaray. Ao chegar a localidade, a embarcação foi novamente atacada por guerreiros indígenas e o plano frustrado, a embarcação retornou a Belém sem o carregamento desejado.
Conclui-se portanto, que sem o apoio militar da Inglaterra, a Revolução Cabana teria rumos diferentes. A revolta histórica tem raízes cravadas no solo paraense e amazônico em geral.
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